
Dados do Ministério da Saúde revelam que no ano de 2016 foram registradas no Brasil mais de nove mil internações devido à gravidez ectópica. Mas, você sabe o que é essa condição que acomete 1% da população feminina?
Gravidez ectópica é considerada toda gestação que ocorre fora da cavidade uterina, ou seja, quando o óvulo fecundado se instala e se desenvolve fora do útero. Na maior parte das vezes ela ocorre na tuba (trompa) uterina, por isso é tão comum ouvir falar que “a mulher teve uma gravidez tubária ou nas trompas”.
É importante ressaltar, que embora seja raro, a gravidez ectópica também pode acontecer no ovário, no colo do útero (gravidez cervical), na região intersticial (gravidez cornual) e no abdômen (nesta localização a gravidez pode chegar próximo aos nove meses).
Diagnóstico e sintomas
Apesar do índice de casos ser relativamente baixo, diagnosticar precocemente a gravidez ectópica é fundamental para preservar a saúde da mulher. Porém, os sintomas desta condição podem passar despercebidos, já que a maioria começa entre a sexta e a oitava semana de gestação e é muito semelhante aos sinais de uma gravidez comum, como: irregularidade menstrual, dores abdominais, mal-estar e náuseas.
Causas
Todas as mulheres correm o risco de ter uma gestação ectópica, mas considerando como base a gravidez ectópica na tuba uterina, alguns fatores podem contribuir para isso. Dentre eles:
- Já ter tido uma gravidez ectópica anterior;
- Infecções, inflamações ou anormalidades nas trompas, que fazem com que o embrião tenha dificuldade de percorrer o trajeto em direção ao útero;
- Tabagismo;
- DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) como a clamídia, um dos principais agentes causadores da doença inflamatória pélvica;
- Uso inadequado do DIU ou pílula do dia seguinte.
Tratamento
Após a confirmação da gravidez ectópica, normalmente por meio de uma ultrassonografia transvaginal associada aos sintomas clínicos e exames laboratoriais, o próximo passo é tratar a condição. O tratamento geralmente indicado, principalmente nos casos de hemorragia interna, é a cirurgia com remoção da tuba, realizada por incisão no abdômen como de uma cesárea.
A laparoscopia, por sua vez, também é uma alternativa indicada para retirar o embrião e reparar a área danificada. Por fim, há a possibilidade de o médico indicar somente o tratamento clínico medicamentoso, com a finalidade de preservar a trompa de falópio e promover uma reabsorção do embrião pelo organismo, desde que ele esteja pequeno e sem batimentos cardíacos.
O tratamento menos invasivo deve ser decidido por um médico, que levará em consideração a complexidade da doença e sua gravidade. Após o tratamento, o recomendável é que a mulher seja orientada a procurar atendimento médico logo que suspeitar de outra futura gravidez, devido ao risco de recidiva da condição.
Referências
Gravidez ectópica: os principais sintomas, causas e tratamento
https://bebe.abril.com.br/blog/fertilidade-em-alta/gravidez-ectopica-sintomas-causas-tratamento/
O que é gravidez ectópica?
http://www.afam.com.br/noticia/o-que-e-gravidez-ectopica-/3709